sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Projeto “Educação Ambiental”

Na década de 1980 o termo: Educação Ambiental [E.A.] popularizou-se definitivamente no mudo e tornou-se hoje uma necessidade.

Devemos deixar claro que E.A. não é ecologia. Ela apresenta uma nova dimensão a ser incorporada ao processo educacional, trazendo toda uma recente discussão sobre as questões ambientais e as conseqüentes transformações de conhecimento, valores e atitudes diante de uma nova realidade a ser construída. É um campo de conhecimento em construção e que se desenvolve na prática cotidiana dos que realizam o processo educativo.

Segundo Mauro Guimarães, professor do Rio de Janeiro, a E.A. desperta insegurança e divergências. “A expressão E.A. foi manifestada, mas seu significado é pouco claro, sendo muitas vezes confundido com o ensino ecologia.”

Segundo Freire, professor e pesquisador de E.A. na Universidade Católica de Brasília, a abordagem ambiental é mais integrada, pois além do aspecto ecológico, consideram aspectos sociais, econômicos, políticos, culturais e éticos. “O enfoque ambiental é dirigido à ação: há a busca da cidadania”...”A pessoa aprende a perceber os problemas ambientais, a identificar soluções e, através da participação comunitária, passa a tomar parte em ações que conduzam à melhoria do meio ambiente.”

Segundo Mônica Meyer, bióloga, mestra em educação e professora na Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais, a questão ambiental não pode ser ensinada apenas pelo enfoque biológico sob pena de virar realmente meio ambiente, no sentido de ambiente pela metade. “Em ciências e em E.A., o conteúdo é logo esquecido quando ensinado isoladamente ou desligado da realidade do aluno.” Sua posição de educando se baseia nesse argumento pedagógico.

Em nível mundial, a questão ambiental ganhou grande repercussão com a Conferência das Nações Unidas sobre o meio ambiente, realizada em Estocolmo, em 1972 ,onde foi ingressado no mundo o termo “Problema Educacional”, onde surgiu a primeira advertência internacional sobre a situação ambiental. Nessa mesma época, o conhecimento científico e social manifestou uma alta compreensão sobre a natureza dos problemas ambientais.

Atualmente, nenhum problema ambiental pode ser compreendido se não se analisar a incidência de fatores inerentes aos processos naturais e fatores sociais. Por exemplo, a contaminação da água tende a produzir-se por efeitos de um comportamento humano, associado ao mau uso dos resíduos das pragas contidas no utensílio que lavam em um rio. Este comportamento, por sua vez, está associado a outros comportamentos sociais, tais como a falta de informação, conhecimentos por parte dos indivíduos que manejam estes elementos químicos, a falta de programas educativos, a falta de política e a falta de alternativas práticas.

Dentre os diversos problemas ambientais, pode-se destacar o currículo não obrigatório para a educação ambiental, pois costuma ser ministrado na disciplina ciências ou na base de atividade interdisciplinar. Sabe-se, porém, que o artigo 225 da Constituição Brasileira de 1988, estabelece como incumbência do poder público, promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino. Outro problema é a escassez de recursos, bem como as divergências e a incompetência política que dificultam a escola desenvolver programa de E.A.. E ainda, a necessidade de obter e qualificar professores que possuam uma visão mais ampla da questão ambiental, pois é preciso vê-la não apenas do ponto de vista local, mas também do planeta.

Enfim, os problemas que estão em torno da E.A., permite-s a seguinte pergunta: A falta de E.A., como disciplina ou área de conhecimento, seria prejudicial à formação do indivíduo? Deverá ser obrigatória no currículo escolar? Como os professores entendem a E.A.?

Apesar de certos esforços realizados para a incorporação da temática ambiental nos currículos escolares em muitos países, o sistema informal da educação deveria ser o primeiro a se preocupar com a E.A.. Sabemos, que na verdade, a teoria ainda não está sendo contemplada com a importância da mesma.

É objetivo de o educador trabalhar na integração entre ser humano e ambiente e conscientizar-se de que o ser humano é natureza e não apenas parte dela. O educador deve trabalhar as diversidades do meio, de modo que sensibilize ao educando de acordo com a sua realidade local. A E.A. deve realizar de forma diferenciada em cada meio para atender às respectivas realidades. Deve trabalhar com os problemas específicos, as soluções próprias a respeito da cultura, hábitos, características biofísicas e sócio-econômicas e aos aspectos psicológicos de cada localidade. Entretanto deve-se buscar compreender as relações de um meio específico com os demais e, principalmente, com o planeta terra como um todo.

Segundo Mauro Guimarães, a E.A. postula em seus objetivos gerais uma ampliação da consciência individual para uma consciência coletiva e planetária, comprometendo com melhoria da qualidade do ambiente. Essa ampliação da consciência incorpora na consciência individual valores e atitudes de união, de solidariedade, de cooperação da vida como um todo em seu dinâmico equilíbrio planetário, ou seja, uma consciência plena de integração ser humano e natureza como uma única unidade.

A absorção dessa postura ocasiona uma nova ética com valores sociais alterados, possibilitando a criação de uma sociedade justa em que o equilíbrio social é indispensável ao desenvolvimento sustentável ao nível interno e externo do planeta.

Dessa forma pode-se dizer que a E.A. realiza seus objetivos específicos de forma diferente para atender às características de cada local, ampliando a consciência do educando, alcançando, assim, uma consciência global, adquirindo finalmente uma cidadania planetária.


Assim, o objetivo nessa pesquisa se explicita:


- Buscar o entendimento sobre o conceito de E.A. e seus problemas vistos na literatura sobre o assunto.

- Buscar entender como a E.A. é percebida na escola de primeiro grau, pública e privada, tanto seus objetivos e prática pedagógica no currículo, quanto na percepção do professor e do aluno.

- Como o setor público de Minas Gerais tem se organizado para desenvolver a E.A. e quais as políticas em desenvolvimento.

Nenhum comentário:

Postar um comentário